28/11/10

USA e o resto do mundo.


Como os Estados Unidos dividem o mundo ou, como diria um nosso compatriota, ou és a meu favor, ou contra mim. 
Há relatos sobre a Frigideira Merkel, o irónico Mubarak, o hitleriano Ahmadinedschad, o paranóico Kazai, o epiléptico Jong-il, o nu-imperial Sarkozy, o alfa Putin ou o pandego Berlusconi. Mas porque será que, até ver, os líderes da China ainda nao terao aparecido nos media com nenhuma alcunha?
Deveras interessante a consulta directa no domain alternativo que a WikiLeaks entretanto colocou online por ter sido alvo de um ataque cibernautico na página principal (nem sequer imagino quem possa estar por detrás disto...).
A reaccao dos EUA à divulgacao de documentos altamente confidenciais nao se fez esperar.  

President Obama supports responsible, accountable, and open government at home and around the world, but this reckless and dangerous action runs counter to that goal. (...) By releasing stolen and classified documents, WikiLeaks has put at risk not only the cause of human rights but also the lives and work of these individuals.”

Eu acho irónico que a única instancia a quem é reconhecida a autoridade de decisao sobre o que é legítimo seja o governo norte-americano. Se discutirmos a legalidade da forma como certas declaracoes e informacoes sao obtidas nos círculos da diplomacia corrente, decerto que nao atingiremos consenso. É um facto que estes documentos foram ilegitimamente apropriados pela WikiLeaks (provavelmente anda por aqui a mao dos republicanos ou entao dos chineses...), mas é igualmente questionável como agentes diplomáticos dos países executam o seu trabalho, baseando-o em insider information e bufos, fontes conhecidas, mas deixadas no anonimato. A questao parece ser cada vez mais nao a de "se?", mas a de "quanto custa?". 

Obrigada à WikiLeaks (ou ao Jintao) por nos abrir a cortina directamente para os bastidores e nos demonstrar que a política ainda está mais conspurcada do que já parecia.



Foto: Spiegel.

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