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Todas estas técnicas sao permitidas e geralmente aceites, porque executadas em prol de um bem comum: a defesa dos Estados.
Pergunto-me entao porque se ignoram os paralelismos com os métodos utilizados por WikiLeaks (ou outros whistleblowers) e se considera mesmo acusar esta organizacao de espionagem "ilícita". Nao o é toda? Já nos esquecemos do grande incidente diplomático aquando da descoberta de uma rede de espionagem russa nos EUA? Com uma leveza verdadeiramente extraordinária, o evento foi digamos que quase abafado e os agentes terao sido expatriados para a terra que os viu nascer como bufos de profissao. E nao será uma arte de espionagem quando, como em Berlim, o embaixador dos EUA usa a colaboracao servical do chefe de gabinete de um dos partidos que agora compoem o governo de coligacao alemao para se inteirar das prioridades internas governamentais ou mesmo sobre o andamento das negociacoes no seio da própria coligacao?
Assim, o alarido à volta da WikiLeaks torna-se facilmente pura hipocrisia. Se condenarmos os free lancers, teremos que aplicar os mesmos critérios aos que tornaram isso a sua profissao. Os Estados somos nós, os cidadaos, e nao as estruturas que o circundam. A verdadeira liberdade consiste em poder formar uma opiniao com todos os elementos disponíveis. E, agora que conhecemos a sensacao, será difícil, tal qual droga, prescindir da mesma.
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