Palavroes apenas existem enquanto lhes dermos significado. A sua utilizacao como forma de comunicacao assenta numa crenca generalizada de um sentido pérfido, mau, negativo, atribuído à própria palavra. Palavroes conseguem ser palavras mais psicológicas ainda do que as que definem sentimentos, sabores, odores ou sensacoes. Muito do que pretendemos atingir ao aplicar este tipo de juncao de sílabas se passa no nosso subconsciente.
Com a actual banalizacao do uso desses palavroes - e há muita gente por esta blogosfera fora que parece nao conseguir exprimir-se sem recorrer ao poder magnanimo do caralho, do foda-se ou mesmo do filho da puta (e consegui escrever sem símbolo à mistura, ufa! Esta percepcao só pode ser o resultado da minha educacao relativamente conservadora) -, vai-se conseguindo aos poucos precisamente o oposto: retira-se continuamente o significado intrínseco das mesmas, evoluindo para uma situacao extrema em que estarao integralmente desprovidas de sentido, atracando mesmo na inocencia de todas as outras formas de comunicacao que utilizamos. Será o fim de uma era.
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