11/11/10

Absurdidades do Estado Alemao

Um sistema civilizado só consegue funcionar quando suportado por todos. A única diferenca entre o ser humano e o resto dos animais é o facto de o homem nao aceitar qualquer seleccao natural da espécie (claro que há uma seleccao humana, ou os continentes africano e asiático nao estariam na actual miséria exploratória em que se encontram). Ao contrário do cenário idealizado em The Day After, o qual nao estará assim tao longínquo das nossas condicoes futuras face a uma escassez até hoje incontornável de recursos, nós carregamos fortes, fracos, velhos, novos, produtivos ou incapacitados. Construímos infra-estruturas, frequentamos o sistema público de ensino, financiamos sistemas nacionais de saúde, apoiamos a conservacao de patrimónios históricos, deleitamo-nos com momentos de cultura em museus, teatros, pequenas iniciativas, sentimo-nos menos inseguros porque sabemos da existencia de forcas policiais (que alguns teimam em chamar forcas da ordem), enfim, gozamos de todo um conjunto de aspectos que nos envolvem e que nos permitem a (sobre)vivencia relativamente cómoda de hoje.
Por isso, nao me importo de pagar impostos. Porque reconheco a sua utilidade e valorizo a solidariedade. O Estado Alemao tributa-me e tributa-me bem, principalmente porque pertenco àquele escalao dos solteiros e nao-progenitores.
Mas haveria necessidade de pagar impostos sobre caes? Estes impostos aplicam uma discriminacao consoante o tamanho e o grau de perigosidade do canino mediante registos estatísticos de acidentes envolvendo cada raca. Um Chihuahua nao custa tanto ao dono como um Pastor Alemao ou um Dobermann. Caso para ponderar, se se gostar de caes de porte grandioso que nao se assemelhem a ratos de laboratório.
Nao entendo a lógica, ainda para mais quando hoje em dia, em resultado da paranóia com doencas e contágios de todo o tipo, os caes domésticos sao levados mais frequentemente ao veterinário do que o próprio dono se leva a si (ao seu), quando qualquer um (com excepcao dos moradores do Bairro de Celas em Coimbra, mas isto é em Portugal) já se consciencializou de que tem que levar um saquinho higiénico para remover os resquícios do seu companheiro canino, quando a maior parte dos utentes de praia (exceptuando os de Monte Clérigo no Alentejo... huumm... lá estou eu a regressar a terras lusas) respeita a higiene e a saúde públicas e nao escolhe o areal para se pavonear com os pequerruchos em plena estacao veraneante.
A mim isto soa-me a chupismo estatal.

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