06/12/10

O canto da liberdade


Mahsa Vadhat é iraniana. Reside num país onde mulheres apenas cantam para mulheres. Um país onde apenas em raras ocasioes - quando devidamente acompanhadas e enquanto parte do coro - podem mulheres aparecer em palco para um público masculino. Nao é desejável que homens se excitem com as vozes femininas, dizem as autoridades. Um país que proibe performances a solo de artistas mulheres. E mesmo concertos correctamente organizados e autorizados podem ser sujeitos a cancelamentos inesperados.  Um país onde todas as melodias de qualquer artista sao analisadas e aprovadas pelo Ministério da Educacao Islamica, a instancia que censura media, teatro, livros, enfim, tudo o que é publicado., sem que alguém consiga exactamente descortinar com que critérios as decisoes sao tomadas, que tipo de ritmos ou textos se podem permitir os músicos. Um país no qual a arte é composta com base em medos, suspeitas, auto-censura, riscos de ultrapassagem dos limites desconhecidos da arbitrariedade, onde cada forma de individualidade é considerada rebeldia, desde a música de que se alimentam até aos cortes de cabelo bem-vistos pelo regime.  Um país onde o modo de colocar o véu assim como o comprimento da roupa sao determinados por lei e no qual verniz nas unhas ou sobrancelhas arranjadas sao proibidos.
Um país onde uma pontinha acrescida de liberdade é considerada uma revolucao.

Mahsa Vahdat luta por revolucoes, cantando.

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